É por demais evidente a minha paixão por flores. Tudo se deve ao facto de ter tido um jardim mágico. Um jardim onde eu era a princesa. Um jardim construído pelo meu avô só para mim, onde eu poderia reinar. Jardim esse lá para os lados da Maia, num local onde eles viveram, e eu provavelmente não conseguiria hoje encontrar. Uma casa com um jardim enorme, construído com todo o amor que o meu avô depositava nas plantas. A minha paixão por elas foi herdada pelo meu avô. Nunca encontrei até hoje ninguém que depositasse tanto de si em todo aquele verde e mil cores. E elas correspondiam ao amor que o meu avô lhes entregava, e eram as flores mais belas que até hoje alguma vez vi. Um jardim, com todo o tipo de flores, onde não poderiam faltar as minhas amadas hortências, os brincos de princesa, os de rainha, as dálias, tantas, tantas, tantas, e até uma árvore de maracujá. E eu percorria o meu reino, cheio de aromas intensos, e onde eu me sentia feliz. Obrigado avô, minha estrelinha, que brilhas no céu todas as noites para mim.