UM ENCONTRO
Tenho um jantar marcado entre amigas do antigo local de trabalho. Já sei que vou ter de apanhar com as perguntas do costume. A verdade é que não quero responder. Não me apetece. Não quero falar nesse assunto. Mas é inevitavel, bem sei. Isto porque, logo que casamos sempre demonstra-mos a vontade enorme e imediata de ter filhos. Logo, passados 2 anos e meio, é normal que todos achem que há algum problema, e, como a curiosidade pela vida alheia é uma hábito inato nos portugas, as perguntas nunca param. Será que as pessoas não reparam que se não fazemos questão de responder é porque não queremos falar do assunto. Mas mesmo assim, voltam á carga!!!! Espero que neste jantar entendam o meu silêncio, o respeitem, e não me bombardeiem com as mesmas questões de sempre. Eu até entendo que não seja por mal, mas as pessoas tem que respeitar a esfera intima dos outros. Não fazemos disto um segredo, mas apenas falamos sobre a nossa luta com aqueles que consideramos mais chegados, com aqueles que nos são realmente proximos. Esta nossa atitude foi tomada no sentido de nos proteger-mos de conversas ridiculas, que se baseiam principalmente na questão de " e o problema é de quem?". Nós achamos que o problema é dos dois, é nosso, e não admitimos curiosidades alheias sobre se " é ela que não pode ter filhos ou é ele?". É por esta e por outras que preferirmos não falar no tema com aqueles que nos rodeiam, e apenas desabafar com aqueles poucos que realmente sempre estão lá quando precisamos!