Estive todos estes dias sem qualquer vontade de escrever. Recebi uma notícia inesperada e terrivelmente dramática. Uma vizinha minha, grávida, de 32 anos, deu entrada no hospital porque a tensão arterial tinha subido um pouco. Entretanto, tiveram de proceder á cesariana, que apesar de tudo correu bem, o bebé nasceu, e foi para a incubadora, porque ainda tinha muito pouco peso. Apesar do susto tudo estava a normalizar, e o marido e pai, estava muito feliz, como é obvio, pelo nascimento do seu primeiro filho.
Quando, terça feira, me dão a notícia que nunca esperava, aquela rapariga com quem lidava todos os dias tinha falecido. Não queria acreditar, era terrível demais para ser verdade. Toda a vizinhança ficou em estado de choque, era uma rapariga que tinha aqui um comércio, e com quem todos falava-mos diariamente. Eram um casal muito simpatico que reuniam a amizade de todos os moradores. Ninguém queria acreditar numa notícia tão avassaladora. Todos ficamos atordoados, e a imagem dela não nos saía da cabeça. Tudo isto me chocou profundamente, como era possível, sem ninguém esperar, aquela rapariga, quase da minha idade, no momento que seria o mais feliz da sua vida, perde a vida!
Pensei muito na sua mãe, no seu marido, a quem, o mundo deve ter caído em cima. Pensei naquele bebé que nunca irá conhecer a mãe.
Pensei que não sei se amanhã estarei cá, ou o L., ou qualquer um de nós, por isso temos de aproveitar tudo, cada dia, cada segundo.